O teu amor era da boca pra fora.
Antes de tudo, tínhamos tanto assunto pra conversar, tínhamos tantos planos, caminhos pra andar e lugares pra conhecer. Cê dizia que as coisas iriam se resolver, que tudo de ruim iria passar quando a gente estava em crise. Você falava que me amava, tudo bem, eu acreditei. Também te amava, e reciprocidade era o mínimo que eu queria. Mas eu sentia que você não dava tudo de si pela gente, eu sabia que você não se esforçava tanto quanto deveria, eu via que você não se importava tanto quanto você dizia se importar comigo. Você dizia que me amava, mas o teu amor parecia tão da boca pra fora, cara. Amor de verdade é no mínimo, da alma pra dentro.
Eu percebi que realmente tinha acabado quando você propôs que fôssemos amigos. Cê disse que poderíamos ser amigos. Mas você sempre soube que não seríamos. Você não tem noção do quanto dói saber que o teu amor, aquele que você desejou, aquele que você se esforçou pra que desse certo, aquele que você aguentou os perrengues e suportou as dificuldades pra estar perto dele, não quer mais te amar, e pior, diz na tua cara que o melhor é amizade. Eu sei que não existe amor sem amizade. Mas propôr amizade onde não existe mais amor é um desastre, cara.
Eu passei muito tempo desejando que você se fodesse na vida, sabe? Eu queria que você sentisse a mesma dor que você me causou, cheguei até desejar o pior pra você. Mas o tempo passou e eu percebi que querer o teu mal era perda de tempo. Te ignorei, te deixei de lado e hoje, posso te dizer, não tenho nada contra você, de verdade. Até torço pra que você tome um rumo de uma vez por todas, pra que você tome jeito nessa vida e nessa cara e cresça, pra finalmente se tornar um homem de verdade.
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