Não aceite menos do que você merece.
Outro dia me deparei com uma frase na internet que dizia: ''Amor não é aceitar tudo. Aliás: onde tudo é aceito, desconfio que haja falta de amor.'' Essa frase foi como um murro no estômago. Foi como um tapa inesperado, desses que a vida dá na nossa cara pra gente despertar.
A gente tem mania de acreditar que o amor é o maior sentimento do mundo, e de fato, o amor é um sentimento gigantesco, mas sozinho ele não passa de um grão de areia. Às vezes a gente acha que o amor é capaz de superar todas as brigas, as discussões e toda a fase ruim que qualquer relacionamento há de passar. Mas o amor é como a cereja do bolo, se não houver vários outros ingredientes importantes, a cereja só vai servir pra deixar o bolo com boa aparência.
Muita gente acredita que enquanto existir 1% de amor, vale a pena lutar. Eu costumo acreditar que, por mais doloroso que seja, melhor acabar algo e seguir o seu caminho com a sensação de que você amou e deu tudo de si, do que insistir por amor e acabar chegando num ponto de duvidar dele. Melhor terminar algo e levar com a gente as melhores lembranças e tudo que o outro nos ensinou, que continuar tentando e acabar ferindo a si mesmo e ao outro.
Melhor aceitar a dor de ter que deixar alguém que você ama ir embora e aprender a lidar com a falta que o outro vai te fazer, que ser egoísta a ponto de permitir que alguém fique do teu lado mas você não se dedica nem se interessa mais em fazer bem. Melhor aprender sozinho que você pode continuar amando alguém mesmo não estando mais com aquela pessoa.
Às vezes a gente aceita levar culpa por algo que não fizemos, sofrer e mesmo assim continuar em algo que deixou de nos fazer bem, por puro apego. A gente insiste em continuar se machucando por apego, a gente insiste em se perder por apego, a gente insiste em esquecer de nós mesmos, deixar nossa vida de lado pra tentar viver a vida do outro, diminuir nossa imensidão só pra caber no mundinho de alguém e acreditar que somos rasos demais e que precisamos do outro pra nos tornarmos pessoas mais profundas. A gente se auto-sabota acreditando que o outro vai sempre ser muita coisa pro nosso carro velho, quando na verdade, às vezes é só uma questão de compreender que é muito melhor seguir a viagem sozinho e sem pesos desnecessários.
Às vezes, o fim precisa acontecer pra a gente aprender um tanto de questões que virão depois do ponto final. Melhor aceitar um fim e aprender a lidar com ele, que viver uma vida aceitando menos do que você merece.
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